á vinte e sete anos, no dia 22 de dezembro de 1988, o líder defensor da Floresta Amazônica foi abatido com um tiro, na porta de sua casa, em Xapuri no interior do Acre.
Prevendo sua morte, Chico escreveu uma carta de despedida: Não quero flores no meu enterro, pois sei que irão arrancá-las da floresta. Quero apenas que o meu assassinato sirva para acabar com a impunidade dos jagunços sob a proteção da Policia Federal do Acre que, de 1975 para cá, jámataram mais de 50 pessoas como eu, líderes seringueiros empenhados em defender a Floresta Amazônica e fazer dela um exemplo de que é possível progredir sem destruir. Adeus foi um prazer. Vou para Xapuri ao encontro da morte, pois dela ninguém se livra, tenho certeza. Não sou fatalista, apenas realista. Já denunciei quem quer me matar e nenhuma providencia foi ou será tomada. (…) (trecho do livro: Chico Mendes – Crime e Castigo de Zuenir Ventura).
Chico Mendes sugeria que o homem acriano vivesse da floresta, entendendo que a floresta deveria permanecer em pé. Acreditava que era possível conciliar desenvolvimento com sustentabilidade.
Chico Mendes não morreu, continua vivo entre os defensores da Floresta Amazônica, mas o assassinamos toda vez que cortamos uma só arvore.
Infelizmente o desmatamento continua. Entre agosto de 2014 a julho deste ano o desmatamento aumentou 16% (Estadão – 27/11).
Não perdi a esperança. Apoio políticas públicas em favor do desmatamento zero.
Ao Chico Mendes minha eterna gratidão, pelos seus exemplos e ensinamentos.
Ulisses Girardi