EDUCAÇÃO INCLUSIVA TRATADA COM SABEDORIA SUPERIOR

Primeiramente gostaria de agradecer o Jornal JAC de Timbó pelo convite para que eu escreva na coluna “Planeta Sustentável”

Já abordamos vários temas relevantes e a divulgação é uma forma de conscientizar as pessoas dos problemas ambientais e suas possibilidades (as vezes muito simples) para solucionar.

Nessa edição trago uma experiência que tenho vivido em Mogi Mirim, SP, com crianças especiais atendidas no CEMAAE: Centro Municipal de Atendimento e Apoio Especializado – que tem como objetivo atender e incluir pessoas com deficiências diversas (visual, física, auditiva, intelectual, múltiplas e autistas) na rede regular de ensino. A Equipe do CEMAAE acredita na importância da individualidade e da estrutura pessoal que nos leva a analisar a realidade, divisar o futuro e propor ações para transformar a vida num processo racionalizado, organizado e coordenado. Dentro desta visão, orientar e capacitar crianças e jovens com deficiências faz-se a melhor forma de incluir com cidadania – formando cidadãos conscientes de seus direitos e deveres como pessoas deficientes, planejando um futuro de efetiva funcionalidade.

Neste contexto a criação do projeto “Raízes de Luz” traz planejamento, função e motivação junto aos alunos e demais funcionários envolvidos. Neste projeto, além dos profissionais e alunos do CEMAAE e Secretaria de Educação, buscou-se parceiros junto à comunidade. Estes parceiros, além de angariar fundos, trouxeram riqueza na convivência e trocas entre diferentes pares – crianças, jovens e adultos, profissionais liberais e aprendizes em novas tarefas.

A sinergia entre todos os envolvidos alavancou o projeto para resultados concretos e positivos, que podem ser replicados. Criado há 6 meses, o projeto “Raízes de Luz” conta com a união e participação de todos os envolvidos e já tem extensões de projetos paralelos que já foram ou estão sendo implantados. Como seguem:

• Rampa de Acessibilidade ao Jardim Sensorial, Caminho Sensorial, Horta e Pomar.

• Jardim Sensorial: tem a função de atender deficientes auditivos, pessoas com a propriocepção e equilíbrio prejudicados, crianças com defensividade tátil, pessoas com lesões motoras e principalmente os deficientes visuais. Como registramos informações através da visão e da audição, não valorizamos os outros órgãos dos sentidos, como: olfato, tato e paladar, tendo assim um enorme prejuízo no registro da aprendizagem desses conteúdos sensoriais, tão importantes quanto os outros que aprendemos através da visão e audição.

• Trilha Sensorial: tem o objetivo de exercitar o físico e mental, na interação do homem com o meio, estimulando novas descobertas. Atividade na trilha sensorial agregada a algumas dinâmicas amplia o conhecimento das crianças além de proporcionar o prazer de brincar.

• Circuito Sensório Motor: A Psicomotricidade enfoca o movimento com o meio, a interação entre corpo e espaço, tornando-se um suporte que auxilia a criança a adquirir o conhecimento do mundo que a rodeia. Através de seu corpo, de suas percepções e sensações, da manipulação de objetos, a criança tem a oportunidade de descobrir, criar e aprimorar conhecimentos que muitas vezes ficam escondidos e que não são desenvolvidos dentro da sala de aula. A Psicomotricidade é parte fundamental na atuação do Professor. É parte indispensável na evolução da criança. A criança não percebe a diferença entre trabalho e brincadeira, o que interessa é saber se uma atividade é divertida!

• Viveiro de Codornas e Galinheiro, Viveiro para Porquinhos da Índia e Jabuti: alguns estudos sugerem que acariciar um animal reduz os níveis de estresse, isso ocorre porque o organismo libera um hormônio relacionado ao vínculo emocional. Esse processo gera uma sensação de calma.

O projeto passou por vários desafios, um deles era produzir de forma natural e orgânica para que o solo fosse manuseado pelos alunos sem risco de contaminação. O adubo orgânico certificado foi doado pela Visafértil e também desenvolveu uma composteira e hoje o CEMAAE já produz seu próprio biofertilizante.

O biofertilizante é um fertilizante vivo, pleno de microorganismos benéficos para as plantas.

Possui praticamente todos os micros e macros nutrientes que as plantas necessitam. Produto natural que não polui, não traz riscos para a saúde das pessoas, das plantas e para o ecossistema.

A partir do projeto “Raízes de Luz” sentimos uma mudança positiva não só dos alunos, mas também dos envolvidos.

Portanto vamos juntos assegurar a todos a igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola, sem qualquer tipo de discriminação, que é um principio que está na carta maior da constituição de 1988. Entendo que a educação inclusiva deve ser tratada com sabedoria superior para preparar os alunos especiais para o mundo, com maior qualidade de vida.

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